sexta-feira, 22 de maio de 2015

Escola encontra carta escrita por Einstein para alunos há quase 65 anos

 
cofre no Colégio Anchieta, na Zona Norte de Porto Alegre. O documento datilografado, assinado à mão pelo cientista, contém uma mensagem aos alunos. A direção da escola contratou a perita judicial e grafologista Liane Pereira, que garantiu a autenticidade do documento. Junto com a carta havia uma foto do cientista, também assinada. Réplicas das relíquias estão expostas no museu da escola, dentro de uma redoma de vidro. A tradução do texto escrito em alemão é a seguinte: "Quem conheceu a alegria da compreensão conquistou um amigo infalível para a vida. O pensar é para o homem, o que é voar para os pássaros. Não toma como exemplo a galinha quando podes ser uma cotovia [pássaro da família das aludídeas]" O diretor-geral da escola, João Claudio Rhoden, explica que, desde quando começou a trabalhar na instituição, há cerca de 40 anos, ouvia falar sobre o documento. Sabia que ele estava guardado em um cofre e que a chave estava em seu próprio gabinete. No entanto, a atribulada rotina de quem coordena um colégio com cerca de 3 mil alunos não permitia que ele se dedicasse à busca pela relíquia. "A chave [do cofre] estava no gabinete da direção, mas não havia um momento para ir ver se estava lá, até que surgiu a oportunidade, em uma feira científica, de aproveitarmos essa mensagem. É importantíssima", disse o diretor. Rhoden destacou a "beleza" da mensagem e do gesto do físico. "O homem preocupado com Teoria da Relatividade e outras coisas pensou em escrever para jovens de uma cidade que ele talvez nem imaginava existir", diz.
Pedido de padre: O professor Dário Schneider conta que a carta foi dedicada à escola a pedido do padre jesuíta Gaspar Dutra, que vivia nos Estados Unidos e, em 1951, encontrou-se com Einstein em Nova York. Dutra levou a carta a Porto Alegre e ela ficou guardada dentro de um cofre da escola. "Esta realmente é a mensagem que ele deixa para os anchietanos, no sentido de motivá-los a buscar conhecimento, porque é uma pessoa marcante na área da ciência. E nós, como educadores, queremos promover isso", diz o professor.
Perícia: A perícia para verificar se a carta é autêntica foi feita por meio da comparação da assinatura na carta e na foto com imagens oficialmente reconhecidas. "O Instituto Oswaldo Cruz nos disponibilizou uma assinatura de quando Einstein esteve no Brasil, em 1925", conta Liane, a grafologista responsável pelo estudo. "A assinatura partiu do punho de Einstein. O documento é legítimo tanto na fotografia quanto na carta. Todas as características analisadas apresentaram convergência", afirma.

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