terça-feira, 13 de março de 2012
50 ANOS DE GOVERNADOR MANGABEIRA: FAÇO PARTE DESTA HISTÓRIA
Posso dizer que sou contemporâneo deste simpático município de Governador Mangabeira. Quando ele nasceu eu estava completando apenas quatro anos. Ele nasceu no mesmo local onde nasci, na Praça Castro Alves, onde tudo começou em prol da emancipação. Com ele, rompemos a ditadura, assistimos a copa de 70, aprendemos no livro OSPB (Organização Social e Política do Brasil), claro, com censura. E chegamos na mesma linha de chegada na corrida da democracia em 1985.
Mas aprendi a amar esta terra através do meu avô Abílio Aragão e meu pai Jaime Aragão os primeiros contribuintes quando a Vila de Cabeças tornou-se independente. Meu avô que era alfaiate, mas cuidava da cadeia que ficava no local onde hoje é a sorveteria na Praça Castro Alves (éramos vizinhos da cadeia). Também, cuidava da igreja e batia os diversos toque de sino, uma arte que encantava quando os sinos badalavam. Vale salientar que meu avô era um colaborador, por estes serviços nada recebia.
Meu pai Jaime Aragão, que também era alfaiate, politizado e fã do ex-presidente Jânio Quandro, mas que foi trabalhar na Petrobras e teve mil motivos para trocar esta terra por Candeias como fizeram meus tios e a geração dos meus irmãos. Mas Jaime Aragão preferiu sempre fixar residência onde nasceu, em Vila de Cabeças e consequentemente Governador Mangabeira. Talvez esta é a razão de eu nunca ter saído daqui. Motivos, também tive, assim como meu pai. Mas é aqui que me sinto bem e continuo me identificando com meu contemporâneo município.
Jaime e Abílio Aragão me deixaram várias mensagens e lendas da emancipação política. Que de Cabeças, várias cabeças contribuíram para a historia desta gleba, que eu esquecesse a outra lenda das cabeças nas estacas e cultivasse as Cabeças que fizeram desta terra uma história bonita:
MEU JAIME ARAGÃO |
A OUTRA LENDA
Imaginem Cabeças
Saudoso distrito
De lendas e versões vividas
Nos bons tempos,
A sala de visita de Muritiba
Imaginem Cabeças
Um conjunto de Cabeças Sábias
Cabeça como Abílio Aragão
Com seu espírito fraternal
Um verdadeiro guardião
Cabeça como Antonio Mota
Político hospitaleiro e virtuoso
Inspirava-se nas ruas desertas
Sua vocação maior, era ser poeta
Cabeça como Agnaldo Viana
O idealista, o amigo, o professor
Homem de estupenda inteligência
Foi com ele que começou nossa independência
Imaginem a BR 101
Outrora estrada Rio-Bahia
Por aqui passaram
Cabeças imortais
Para nossa Alegria:
Cabeça como Castro Alves
Cabaceirense nato
Conhecido universalmente
Como poeta dos escravos
Cabeça como Jorge Amado
Que escreveu a Bahia em verso e prosa
O poeta sempre amado
Com novelas em estrofes e notas
Imaginem na luta da independência do Brasil
Na heroica Cachoeira
Cabeças femininas como Joana Angélica e Ana Nery
Depois de árduas guerras
Será que não se refugiaram
Para descansar a cabeça
No travesseiro desta terra?
Cabeças íntegras
De singela destreza
Não foi à toa
Que aqui hospedou
O estadista Otávio Mangabeira
No âmago desta terra
dormem idôneas cabeças
Antes de ser mangabeirense
Orgulho-me de ter nascido em cabeças.
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