segunda-feira, 2 de julho de 2012

OBRIGADO MEU AMO


No último final de semana fui ao Salvador Shopping, na nossa capital. Aliás. aquele shopping me deixou a melhor impressão. Boa localização, estrutura invejável e organização perfeita. Me dirigir a praça de alimentação, no terceiro piso para fazer um lanche. Logo, sentaram-se ao meu lado um casal com uma criança de colo e uma jovem negra simpática e de sorriso tímido, mas que não disfarçava a sua beleza. Até pelo comportamento do casal, imaginei que a jovem fosse a doméstica ou babá. O homem branco foi ao balcão da lanchonete e retornou com dois lanches. Serviu a esposa e o outro se serviu. A esposa sempre com a criança no colo alimentava o bebê com parte do próprio lanche. A jovem com olhos fixo na criança e com sorriso amarelo, deixando desapercebido o egoísmo e o lanche dos patrões,  limitava-se a limpar as migalhas que caiam sobre a criança. Quando estava já na metade do lanche, o branco pergunto alguma coisa a jovem que não entendi. Ouvi a simpática jovem responder de voz baixa: 'não, obrigado". Sendo eu, acrescentaria uma palavra a mais: não, obrigado meu amo. Contudo, o branco teve uma atitude que classifico até como louvável. Sem nenhum requisito de boas maneiras tomou o resto de refrigerante da esposa. Ainda bem que ele mesmo tomou. Depois deste episódio de preconceito racial, deixei o shopping, deixei a capital e voltei ao meu pacato interior, que também, existe este tipo de coisa, mas com menos frequência.

NOSSO COMENTÁRIO: Esta nota foi publicada nesta mesma página, de nossa autoria, em 13 de setembro de 2010. Contudo, parece que foi ontem. O preconceito está enraizado nas veias dos elitizados. Mesmo que neguem a situação em momento de eleição, para camuflar uma realidade que a ambição, o egoísmo e o poder do homem sobre o homem castiga, maltrata e persegue as pessoas humildes e de cor, principalmente no nosso jovem município de Governaor Magabeira.

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