O cientista britânico Peter Higgs defende há quase 50 anos a
existência da "partícula de Deus" (Foto: David Moir/Reuters)
O cientista britânico Peter Higgs, que defende há quase 50 anos a existência
da "partícula de Deus, o que possivelmente acaba de ser descoberto, falou à
imprensa nesta sexta-feira (6).
"É muito agradável ter razão de vez em
quando (...) foi uma longa espera", admitiu o físico durante a coletiva.
Higgs concedeu uma coletiva de imprensa na Universidade de Edimburgo, na
Escócia, dois dias depois que a Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear
(Cern) anunciou na quarta (4), em Genebra, na Suíça, a descoberta de uma nova
partícula que pode ser o tão procurado bóson de Higgs, considerado a chave para
entender a estrutura fundamental da matéria no Universo.
Essa a partícula seria a que atribui massa a todas as demais, segundo a
teoria conhecida como "modelo padrão".
Conhecido por sua modéstia, o professor aposentado de 83 anos deu pouca
importância aos comentários de cientistas famosos de que seria o favorito para
vencer o Prêmio Nobel. "Não sei, não tenho amigos no Comitê Nobel",
comentou.
Indagado sobre o que vai fazer no futuro, Higgs disse que quer
simplesmente continuar com sua vida de aposentado. "O único problema, creio, é
que terei de escapar da imprensa", brincou.
Em 1964, Peter Higgs postulou a existência de uma partícula subatômica, que
os físicos do Cern afirmam ter, talvez, encontrado depois de uma longa
busca.
Quando teve a intuição de um "campo" que se assemelha a uma
espécie de cola, onde as partículas ficariam mais ou menos presas, Higgs disse
ao antigo colega Alan Walker: "Ah, que merda, eu sei como fazer!"
O físico publicou um artigo sobre sua teoria, que acabou se tornando o
carro-chefe de uma escola científica para a qual vários físicos têm contribuído
ao longo dos anos. Tímido e sossegado, Higgs leva uma vida pacata em Edimburgo,
onde deu aulas por muitos anos.
A nova partícula que pode ser o bóson de Higgs foi descoberta pelos
cientistas, mas ainda são necessárias verificações para confirmar se ela é ou
não a "partícula de Deus", segundo anunciou o Cern.

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