quarta-feira, 8 de junho de 2011

QUERO PERDER O MEDO E O ÓDIO QUE TENHO DA POLÍCIA


Durante o lançamento do programa Pacto pela Vida, do governo da Bahia, realizada na manhã desta segunda-feira (6), no salão Iemanjá do Centro de Convenções, diversas autoridades e representantes da sociedade civil discursaram. Mas foi a fala da Makota Valdina Pinto, referência para as comunidades negras de Salvador, o pronunciamento mais enfático e que conquistou a atenção dos presentes.
Em seu discurso, Valdina afirmou que a sociedade tem que participar desse pacto, mas deixou todos boquiabertos ao afirmar: “Com esse pacto eu quero perder o medo e o ódio que eu tenho da polícia”. Ela afirmou que não adianta só comprar novos equipamentos: “Para um pacto como esse, tem que fazer uma reforma nessa polícia”. Nesse momento, o governador Wagner, o deputado Marcelo Nilo, presidente da Assembléia Legislativa da Bahia, e o secretário da Segurança Pública, Maurício Barbosa, já estavam com cara de paisagem. E o pior: não faziam idéia do que estava por vir.
Valdina aproveitou a presença do secretário de Educação do estado, Oswaldo Barreto, para criticar o “racismo institucional na Secretaria de Educação”. Além disso, chamou atenção dos prefeitos baianos ao afirmar que eles devem tomar cuidado, pois “ainda há muito coronelismo e carlismo pelo interior”. Neste momento, foi bastante aplaudida pelo público. Ao finalizar seu discurso – que para o governador deve ter durado uma eternidade, Valdina avisou: “Nós vamos cobrar o dever de casa”.
Inspirado em experiências das cidades de Bogotá e Medelin, ambas na Colômbia, que busca combater criminalidade, também absorveu os resultados positivos dos estados do Ceará, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo, onde vem sendo desenvolvido.
De acordo com o governo, a nova política de segurança pública é integrada e pactuada com a sociedade, que será desenvolvido em sintonia permanente com o Judiciário, o Ministério Público, a Assembleia Legislativa, os municípios e a União, concentrando esforços dos diversos órgãos das administrações estadual e municipal, em interação com a sociedade civil, tendo como objetivo principal reduzir os índices de violência, com ênfase na diminuição dos crimes contra a vida.

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