sexta-feira, 9 de março de 2012
CIRURGIA CONSERTA ESPINHA DE BEBÊ DENTRO DA BARRIGA DA MÃE
A Maternidade de Campinas fará neste sábado (10) um seminário sobre a cirurgia que corrige a espinha do bebê ainda no ventre da mãe. O evento faz parte da carga horária do curso de pós-graduação da Fundação de Medicina Fetal Latino-Americana (FMFLA) e o semitário será ministrado pelo ginecologista Antonio Fernandes Moron, professor titular do Departamento de Obstetrícia da Escola Paulista de Medicina (Unifesp).
No Brasil, a técnica vem sendo desenvolvida pela Unifesp desde março de 2011, sob o comando de Moron. Nos estados Unidos, já existe desde 1997.
Ainda de acordo com o médico, das crianças com a doença, 90% desenvolvem hidrocefalia, mas o índice cai para 40% com a cirurgia fetal.
A intervenção não é simples e das 27 realizadas por aqui, duas tiveram complicações, com o falecimento de ambos os bebês.
O procedimento leva até duas horas e meia, e consiste em abrir a bolsa com a medula, soltar as camadas de tecidos e fechá-los. Para isso, a mãe leva uma anestesia geral e recebe um corte para que o útero consiga ser exposto. Para chegar ao bebê, é preciso também abrir o útero. Antes de passar pela cirurgia, a criança também recebe uma anestesia. Atualmente, é realizada inclusive para pacientes do Sistema Único de Saúde.
A doença
A mielomeningocele é a mais comum das anomalias congênitas do sistema nervoso central. Também conhecida como espinha bífida, a doença é caracterizada por uma má formação do feto, em que a medula fica em uma bolsa do lado externo do corpo, ao invés de crescer dentro dele.
Causada por uma falha no fechamento do tubo neural, pode trazer como consequências a hidrocefalia (acúmulo de liquor no cérebro), paralisia dos membros inferiores e ainda a perda de controle sobre os esfíncteres (músculos do organismo que controlam a saída da
urina e fezes).
Sua incidência não é tão rara: são três casos para cada 10 mil crianças que nascem no Brasil. É mais frequente em meninas.
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